"Que te devolvam a alma homem do nosso tempo. Pede isso a Deus ou às coisas que acreditas: à terra, às águas, à noite desmedida. Uiva se quiseres, ao teu próprio ventre se é ele quem comanda a tua vida, não importa... Pede à mulher, àquela que foi noiva, à que se fez amiga. Abre a tua boca, ulula, pede à chuva. Ruge como se tivesses no peito uma enorme ferida, escancara a tua boca, regouga: A ALMA. A ALMA DE VOLTA." (Hilda Hilst)



20/10/2009

O Poço Iniciático da Quinta da Regaleira - Sintra / Portugal


Se você for a Portugal, não deixe de visitar em Sintra - região que era chamada de Monte da Lua, porque abrigava sacerdotizas de Ártemis que realizavam rituais de fertilidade na lua cheia (e eu fui lá, sem saber nada disso, no dia em que entrava a lua cheia!) - a Quinta da Regaleira, lugar mágico e muito belo, construído visando constituir-se num verdadeiro "espaço sagrado", onde eram realizados rituais iniciáticos baseados na mitologia, maçonaria e nos princípios herméticos da Alquimia oculta.

O mais curioso é que eu, apaixonada como sou por todas as mitologias, desconhecia todas essas informações ao entrar no jardim da Quinta da Regaleira... imaginem então qual não foi a minha emoção ao encontrar, logo na entrada desse jarim, fontes e estátuas dedicadas a deuses grego-romanos, e em seguida esse maravilhoso Poço Iniciático!!!



Ele é uma torre invertida, esculpida na pedra, que se afunda 27 metros no interior da terra, com acesso através de uma escadria em espiral de 9 níveis, um Axis Mundi ligando a Terra ao Céu... Lá embaixo, de onde se vê o céu através da abertura do poço, está pintada no chão uma Roda, à semelhança da Roda de Cura Indígena, ou da rosácea da Maçonaria, com os 4 pontos cardeais marcados, de acordo com a bússula.



"Trata-se de uma galeria subterrânea em espiral, de 27 metros, por onde se descem nove patamares até às profundezas da terra. Este é o caminho por onde se desce à terra, ou num percurso contrário, se sobe ao céu, consoante a natureza do percurso iniciático escolhido. Os nove patamares lembram os nove círculos do Inferno, as nove secções do Purgatório e os nove céus do Paraíso, segundo a Divina Comédia de Dante. A principal ideia por detrás deste poço é a de morrer e voltar a nascer num rito de iniciação ligado à terra, uma vez que esta é o útero materno de onde provem a vida, mas também a sepultura para onde voltará.No fundo está gravada uma cruz templária sobreposta a uma estrela de oito pontas, o símbolo heráldico de Carvalho Monteiro e símbolo da harmonia e também da Cavalaria Espiritual na Maçonaria escocesa." atracoessintra.no.sapo.pt/partesquinta.htm
Consegui descobrir que existe um livro muito interessante sobre os aspectos simbólicos da Quinta da Regaleira, mas não consegui encontrar esse livro lá em Portugal, de qualquer forma deixo aqui o link que fala dele: http://www.esquilo.com/jardins_regaleira.html


2 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhosa esta crônica! Me senti viajando e percorrendo trechos da história com seus mais significativos símbolos.
Valeu!
Rossana Carella

Nelson Antonio Mendes disse...

Já marquei como local obrigatório para a viagem deste ano.
Obrigado pela dica.