Dulce Pontes - O Primeiro Canto
O tambor a tocar sem parar, um lugar onde a gente se entrega, o suor do teu corpo a lavar a terra. O tambor a tocar sem parar, o batuque que o ar reverbera, o suor do teu rosto a lavrar a terra.
Logo de manhãzinha, subindo a ladeira já, já vai a caminho a Maria-Faia. Azinheiras de ardente paixão soltam folhas, suaves, na calma do teu fogo brilhando a escrever na alma. Estas fontes da nossa utopia são sementes, são rostos sem véus, o teu sonho profundo a espreitar dos céus!
Logo de manhãzinha, subindo a ladeira já, já vai a caminho a Maria-Faia, desenhando o peito moreno um raminho de hortelã, na frescura dos passos a eterna paz do Poeta. Uma pena ilumina o viver de outras penas de esperança perdida, o teu rosto sereno a cantar a vida. Mil promessas de amor verdadeiro vão bordando o teu manto guerreiro, hoje e sempre serás o primeiro canto!
Ai, o meu amor era um pastor, o meu amor, ai, ninguém lhe conheceu a dor. Ai, o meu amor era um pastor Lusitano, ai, que mais ninguém lhe faça dano. Ai, o meu amor era um pastor verdadeiro, ai, o meu amor foi o primeiro.
Estas fontes da nossa utopia são sementes, são rostos sem véus, o teu sonho profundo a espreitar dos céus! Mil promessas de amor verdadeiro vão bordando o teu manto guerreiro, hoje e sempre serás o primeiro canto!
(dedicado a José Afonso) Música: Dulce Pontes, Leonardo Amuedo / Letra: João Mendonça, Dulce Pontes, António Pinheiro da Silva Dulce Pontes - O Primeiro Canto Album : Primeiro Canto (1999)
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